Cláudio Valente (IKEA): “Cada um de nós é importante, é ouvido e contribui.”
- Fevereiro 26, 2020
Em termos de desenvolvimento de carreira, quais são as linhas gerais das políticas estabelecidas?
Na IKEA temos como prioridade recrutar com base nos nossos valores, investir no desenvolvimento interno e promover uma visão de diversidade e igualdade. Queremos sempre dar aos nossos colaboradores a oportunidade para crescerem e desenvolverem-se e para isso o nosso “Programa Allen” para futuros líderes tem sido um excelente contributo e exemplo. Acreditamos que existem várias formas de crescer na IKEA, não existe uma forma única. Temos excelentes possibilidades de aprendizagem para que os nossos colaboradores possam ser especialistas da vida em casa. Investir em conhecimento sobre “home furnishing”, ou seja, a vida em casa, é uma das nossas prioridades, para que possamos compreender as necessidades dos nossos clientes e oferecer soluções relevantes para suas casas.
Que medidas implementam no dia-a-dia de forma a fomentar um espírito de equipa positivo?
O nosso fundador, Ingvar Kamprad, costumava dizer, “A IKEA não é fruto do trabalho de uma só pessoa. É o resultado de muitas cabeças e muitas vidas que trabalham juntas ao longo de muitos anos de alegria e trabalho árduo.” Sem dúvida que a união e o espírito de equipa está no coração da cultura da IKEA. Cada um de nós é importante, é ouvido e contribui. Envolvemo-nos, preocupamo-nos, reconhecemos e contamos uns nos outros num espírito de humildade, honestidade e respeito mútuo. É a nossa cultura e valores humanísticos que nos guiam.
Acreditamos nas pessoas e temos uma atitude otimista relativamente à nossa maneira de estar e de fazer as coisas. Acreditamos na diversidade, na igualdade e na inclusão porque aumentam o nosso conhecimento acerca dos nossos clientes e de nós próprios. União significa que cada um de nós dá o seu melhor quando é necessário, independentemente da posição ou função que ocupa. Isto pode significar dar uma ajuda num período de maior azafama ou apoiar os colegas no cumprimento de um prazo importante.
A IKEA está presente em 44 países. As medidas de RH são definidas pela sede ou cada país tem autonomia na implementação das práticas de gestão das pessoas?
As linhas matrizes, como em qualquer multinacional, são definidas globalmente, assim como as grandes ambições do ponto de vista de “People & Culture”. Depois cada um dos países tem autonomia para definir as suas linhas estratégicas de ação, para responder aos objetivos globais.
Como é que a IKEA atrai e mantém os seus colaboradores? Que benefícios oferecem aos vossos colaboradores?
A estratégia de People & Culture na IKEA Portugal promove o desenvolvimento dos colaboradores em paralelo com o crescimento do negócio. Exemplo disso mesmo é o financiamento global do programa de fidelização ‘TACK!’, contribuindo, desta forma, para os planos de pensão dos seus colaboradores. Todos os profissionais elegíveis em Portugal recebem o mesmo montante, proporcional em relação às horas trabalhadas, independentemente do seu departamento, da posição ou do nível salarial. O ‘TACK!’, em conjunto com o One IKEA Bonus – programa de bónus baseado no cumprimento de objetivos – formam, juntamente com o salário, um forte pacote de benefícios. Os colaboradores da IKEA Portugal podem contar, ainda, com um conjunto alargado de benefícios sociais: seguro de saúde e de vida para colaboradores permanentes; cantina com preços reduzidos; serviço médico nas lojas; ajuda de nascimento e possibilidade de estender a licença de maternidade / paternidade em 2 meses (Programa “Passa Mais Tempo com o teu Bebé”), assim como um desconto para colaboradores na gama de artigos IKEA.
Como é que os vossos escritórios fomentam a criatividade?
Nos nossos escritórios, os colaboradores não têm lugares específicos. Cada um, chega de manhã e senta-se onde quiser, ao lado de colegas de outras áreas e sem qualquer critério hierárquico. Desta forma, permite-nos uma grande envolvência e um verdadeiro trabalho em rede, bem como, ajudar no que for preciso. Trabalhamos num open space e num lugar onde não existem barreiras hierárquicas. Temos ainda salas próprias de reunião que nos permitem procurar inspiração e que agilizam a flexibilidade.
Um dos vossos pontos fortes é a conciliação entre a vida profissional e a pessoal. Como conseguem?
Na IKEA, mais concretamente no escritório nacional, os colaboradores têm um horário flexível onde lhes é possível gerir o seu tempo e horas de trabalho, de forma a que as suas vidas pessoais possam ser geridas de forma flexível. Ou seja, é possível levar os filhos à escola de manhã e entrar um pouco mais tarde, trabalhamos muito à distância com acesso a ferramentas digitais, etc. O que interessa é sempre o resultado do nosso trabalho conjunto, independente do sítio onde nos encontramos.
Para o grupo, qual é a importância de iniciativas como as da IKEA Foundation?
A IKEA Foundation é o nosso braço filantrópico, onde se desenrolam todas as iniciativas de responsabilidade social da IKEA a nível global. É com muito orgulho que as
comunicamos externamente e internamente, muitas vezes levando colaboradores de vários países (incluindo Portugal) a conhecer projetos apoiados pela IKEA Foundation.
Na sua perspetiva, quais são os principais desafios que se colocam nos dias de hoje aos gestores de pessoas?
Como sabemos, nos dias de hoje, a velocidade e complexidade da transformação da forma como trabalhamos, nos organizamos e cooperamos, acontece como nunca experienciado anteriormente e não vai desacelerar ou tornar-se menos complexo. Na minha perspetiva, o top 3 dos desafios que os gestores de pessoas enfrentam hoje, passam por liderar uma Transformação Cultural, revisitando o propósito da organização e perceber se está alinhado com os comportamentos e atitudes necessárias para o sucesso coletivo. Esta ação, vai ser também fundamental para reter e atrair os melhores talentos do mercado. O segundo desafio, passa por desenvolver um Mindset Tecnológico, fazendo com que toda a organização, pense como uma empresa altamente tecnológica, independentemente do setor de atividade em que está inserida. Só assim, teremos a possibilidade de pensarmos em digital, data management, Machine Learning e automatização, como responsabilidade de todos. O terceiro desafio, passa pelo desenvolvimento de competências, definindo mecanismos que permitam, não só identificar as competências relevantes para o futuro, como também promover o desenvolvimento e reconversão das competências dos colaboradores.
Sê tu mesm@
- O que queria ser quando era pequeno? O meu sonho era ser Piloto de Aviões Caça.
- Qual é o seu livro preferido? Tenho vários, mas o mais antigo na lista de preferências, é o Alquimista de Paulo Coelho.
- Que série de televisão segue? Segredo das Coisas, Como se Fabrica, no Discovery Channel
- Que filme recomendaria? Os Condenados de Shawshank (1994), É uma história sobre esperança e resistência contra as problemáticas da vida. Um filme com frases icónicas e interpretações fabulosas.
- Qual é a sua maior paixão? A família. Como hobby, adoro tudo em redor da gastronomia.
- E a sua maior virtude? É difícil responder, mas tenho tido bastante feedback positivo, sobre a minha resiliência, em querer levar os tópicos que penso ser importantes, para a frente.
- Para umas férias, prefere praia ou montanha? Entre os dois, sem dúvida que é a praia. Adoro passar horas a jogar futebol com o meu filho, à beira mar.
- O que lhe falta aprender? Tanta coisa que não consigo quantificar. No mundo de hoje, em que a única certeza é a transformação constante, a aprendizagem continua, é o único caminho para apreciarmos a viagem.
- O que mais valoriza no seu dia-a-dia é… A oportunidade de trabalhar para pessoas, desenvolvendo estratégias para tornar a vida das organizações mais interessantes e recompensadoras.
- Uma frase que o defina. Os records alcançados hoje, deverão ser as nossas médias de amanhã.
- Qual é o seu prato gastronómico favorito? Dourada grelhada, uma bênção do mar.
- De manhã, não é você mesmo até que… tome o meu primeiro café, que por dia, pode chegar a 5.
- Se tivesse que pôr música, seria uma canção de… acid jazz ou Smooth Jazz Blues
- Uma cidade que, para si, é cativante. Tenho várias, mas posso colocar Copenhaga como a preferida aos dias de hoje.
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